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Limeira - SP

Nossa relação com a casa é uma relação de pertencimento, um vínculo que se constrói no cotidiano através dos objetos que criamos e nos cercam. Dispor de cerâmicas nas prateleiras, arrumar a mesa para almoços em família, preparar o café na xícara esperando pela visita: esses pequenos gestos nos conectam com a vontade de viver e tornam-se memórias que habitam nossos espaços. Marli, ceramista, antes mesmo de se dedicar à criação da cerâmica, começou com o restauro de móveis e criação de outras artes, buscando deixar sua casa com criações próprias. Esse exercício foi transmitido aos filhos, que, com o tempo, também se apaixonaram pela arte de criar. A busca pela cerâmica começou na infância: Meu irmão trouxe pra casa um vaso de cerâmica de um projeto social da minha cidade, e o desejo de fazer algo semelhante foi plantado ali, crescendo ao longo dos anos, até que tive o contato com a cerâmica em uma aula na faculdade. Marli foi também a primeira pessoa fotografada por seus filhos, Victor e Carlos, com uma câmera analógica, ambos prosseguiram o estudo pela fotografia e o gosto pela produção de objetos. Por vontade de traduzir o imaginário ao físico, criamos objetos em uma tentativa de encontrar um significado palpável em nosso espaço, preencher em um convívio partilhado, ver - se representado. É por ocupar os espaços com objetos antes imaginados que exercemos o tempo, ele está no quarto, no copo que está na mesa. Pegar o copo com líquido quente e sentir vivo, porque é bom sentir, o vento frio que veio da janela, som do encontro entre objeto e superfície, possibilitam o prazer dos sentimentos em um mundo que nos pertence. Ver o quadro que foi posto na parede pra poder dizer que a casa com seus objetos é um lugar que nos representa. Faz parte de ser, um dia você constrói a casa sozinho, noutro é de convívio partilhado em gerações ou de viver só a espera por amigos e amores em casa.  O Mariposa foi criado para levar nossas criações a novos lugares, partindo dos cômodos de casa onde as cerâmicas são feitas, onde primeiro forno a gás foi construído para a queima das peças, transformando ideias em matéria e fotografias. A busca pela afirmação de construir um espaço e preenchê-lo com objetos que nos representam sempre esteve presente aqui, em nós, desde o primeiro contato com um vaso de cerâmica, passando pela cadeira restaurada que passou a fazer parte do nosso cotidiano, até o primeiro rolo de filme queimado. Mariposas entravam pelas janelas e permaneciam até o fim de seu ciclo, quando Victor as fotografava para preservá-las em imagem. Esperamos encontrar mais casas, para novas histórias.