Pingente figa de madeira sem nenhuma pintura, medindo A5xL1 cm.
Figa legado da cultura Afro
Quer se proteger das energias negativas, do azar, da inveja do olho gordo? Faça figa, aconselha a sabedoria popular. Ou melhor: tenha uma figa por perto. Essa peça pendurada sobre a porta de entrada do lado de fora, defende a casa de um possível mal trazido por um visitante. Colocada do lado de dentro, guarda o dinheiro e os bens materiais.
Figa amuleto que traz fertilidade e boa sorte.
Quando uma figa quebra ou racha, é sinal de que absorveu o mal que iria cair sobre a pessoa. “deve-se jogá-la em água corrente, no mar, ou no rio, para que a energia ruim vá embora com ela e depois colocar outra no mesmo lugar”, ensina Hélio Moreira da Silva, pesquisador especializado em religiões afro-brasileiras. Da mesma, quem perde uma figa não deve procura-la, pois ela carregou consigo o mau olhado. Em compensação encontrar uma figa anuncia boa sorte. A origem desse objeto se perde na história. Na antiguidade já era considerado símbolo de fertilidade e prosperidade e aparece em afrescos e mosaicos das ruínas de Pompéia e Herculano, cidades destruídas pelo vulcão Vesúvio. Desde aqueles tempos, a figa carrega uma simbologia sexual que hoje, pouca gente conhece. “Os dedos polegar, indicador e médio representam os órgãos sexuais masculinos e feminino” explica Maria do Rosário de Souza Tavares de Lima, pesquisadora especializada em superstições e crendices, vice-presidente da Associação Brasileira do Folclore e diretora do Museu do Folclore Rossini Tavares de Lima, em São Paulo. Segundo ela, com a instauração do cristianismo, a moral vigente fez com que figas substituíssem esculturas fálicas nos rituais de semeadura dos povos pagãos. Aliás até hoje o objeto é considerado amuleto contra a esterilidade feminina, e diz-se também que ajuda as mulheres a encontrarem um bom parceiro.
Reportagem extraída parcialmente da Revista Bons Fluídos outubro/1999 pág., 12

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Adicionado em: 09/12/2021