Depois de alguns anos fazendo garrafas, senti vontade de poder ter aquela estética na parede. Pendurar uma garrafa na parede parecia uma tarefa inglória, até vir a ideia: e se eu cortasse a garrafa longitudinalmente? Valia tentar. Com muita, muita, muita calma o corte deu certo e a alegria pode ter início.
Reparei que a pilha dos materiais azuis era o dobro das outras. Isso não acontece por acaso. Tenho mesmo um tropismo para o azul e para o verde. Mas achei que era um argumento suficiente para compor um mosaico apenas em tons de azul. Colei a meia garrafa em uma base de placa cimentícia e comecei a brincadeira. Gemas de vidro, botões pegos na doação, bijuterias aposentadas, miçangas, espelhos, pastilhas de vidro (pigmentadas, super lisas e cristal), contas de vidro de uma pulseira nunca usada, conchas também recolhidas das doações de rua, pedras naturais que ganhei da minha mãe, vidro fusing, um coração comprado na lojinha de vidros artesanais que encontramos em alguma viagem, pastilhas redondas compradas com desconto porque eram refugo de produção, pastilhas de madrepérola ? tudo isso compôs o meu mergulho nesse azul.
Para o acabamento das laterais usei rolhas que cortei em fatias e decorei com pirógrafo.
O que me apaixona neste trabalho é justamente a mistura de materiais diversos, especialmente os que são (ou foram) considerados menos nobres para o mosaico. Particularmente não acato este conceito. A questão não é o que você usa, mas como você usa os materiais. Então, amiga, se algo interessante cruzar o seu caminho, apenas pegue. Certamente chegará um momento no qual será aquilo útil para você.